sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

BIOGRAFIA DO NOSSO PATRONO "TOBIAS BARRETO"

TOBIAS BARRETO nasceu na vila sergipana de Campos, a 07 de junho de 1839, sendo filho de Pedro Barreto de Meneses. É o patrono da Cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras.
Aprendeu as primeiras letras com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos. Estudou latim com o padre Domingos Quirino, dedicando-se com tal aproveitamento que, em breve, iria ensinar a matéria em Itabaiana.
Em 1861 seguiu para a Bahia com a intenção de frequentar um seminário, mas sem vocação firme, desistiu de imediato. Sem ter prestado exames preparatórios voltou à sua vila donde saira com destino a Pernambuco. Em 1854 e 1865, o jovem Tobias, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias. Na ocasião prestou concurso para a cadeira de Latim no Ginásio Pernambucano, sem conseguir, contudo, a desejada nomeação.
Em 1867 disputou a vaga de Filosofia no referido estabelecimento. Venceu em primeiro lugar, mas é preterido mais uma vez por outro candidato.
Para ocupar o tempo entrega-se com afinco à leitura. No campo das produções poéticas passou a competir com o poeta baiano Antônio de Castro Alves.
O fato de ser mestiço prejudicou-lhe a vida amorosa numa época cheia de preconceitos, conforme testemunho de Sílvio Romero.
Na oratória Tobias se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido para debate.
Ainda antes de concluir o curso de Direito casou-se com a filha de um coronel do interior, proprietário de engenhos no município de Escada.
Eleito para a Assembléia Provincial não conseguiu progredir na política local.
Dedicou-se vários anos a aprofundar-se nos estudos do alemão, para poder ler no original alguns dos ensaístas semânticos, à frente deles Ernest Haeckel e Ludwing Buchner. Conta Hermes Lima, em sua magnífica biografia de Tobias, que ele "para imitar o burguês, com uma nota mais ostensiva de superioridade, abria frequentemente seu luminoso leque de pavão: o germanismo." Foi em alemão que Tobias redigiu o "Deutscher Kampfer"(O lutador alemão). Mais tarde saíram de sua pena "Os Estatutos Alemães).
A residência em Escada durou cerca de dez anos. Ao voltar a Recife, aos escassos proventos que recebia juntaram-se os problemas de saúde que acabaram por impedi-lo de sair de casa. Tentou uma viagem à Europa para restabelecer-se fisicamente, porém faltavam-lhe os recursos financeiros para isso. Em Recife abriram-se subscrições para ajudá-lo a custear as despesas.
Em 1889 estava praticamente desesperado. Uma semana antes de morrer enviou uma carta a Sílvio Romero solicitando, angustiosamente, que lhe enviasse o dinheiro das contribuições que haviam sido feitas até 19 de junho daquele ano. Sete dias mais tarde falecia, hospedado na casa de um amigo.
A obra de Tobias é de significativo valor, levando em conta que o professor sergipano não chegou a conhecer a capital do Império.
Suas "Obras Completas", editadas pelo Instituto Nacional do Livro, incluem os seguintes títulos : "Ensaios e Estudos de Filosofia e Crítica", 1875; "Ensaio de pré-história da literatura alemã", "Filosofia e Crítica", "Estudos Alemães" em 1879, "Dias e Noites" em 1881, "Polêmicas" em 1901, "Discursos" em 1887, "Menores e Loucos" em 1884.
Hermes Lima, ao comentar o refúgio de Tobias Barreto em Escada, esclareceu: "Em Escada, além de publicar o "Fundamento do Direito de Punir"exige o germanismo em caminho de cultura. É onde aprofunda seu Haeckel onde elabora sua posição filosófica , onde traça as coordenadas da revolução espiritual que viria a deflagrar -se no país."


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